quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Jazz e vinho tinto

—Eu te amo. — Ela me diz olhando nos meus olhos. —Eu também, meu amor. — Eu respondo sorrindo. A sala, iluminada apenas por algumas velas, está impregnada pelo jazz que sai da velha vitrola. Encho nossos copos com um pouco mais de vinho. —Sério? Às vezes não parece. — Ela me diz com um olhar suplicante. Deve ser a milésima vez que ela me diz isso em tão pouco tempo do nosso relacionamento estranho. Ela não imagina o quanto eu já sofri por demonstrar todo meu amor a alguém. Respiro fundo e sinto vontade de chorar. — Eu sei, mas é difícil pra eu repetir algo que já me machucou tanto. Tanta dor acabou criando um tipo de prisão dos meus sentimentos. Mas eu tento, eu tento mesmo demonstrar. — Eu respondo depois de algum tempo. Ela se levanta e acende mais uma vela. Penso em como ela fica linda só de calcinha e com a minha camisa. As sombras bruxuleantes da sala fazem eu me sentir num filme antigo. Se ela pudesse ao menos enxergar dentro de mim, o que ela pensaria? —Se você ama mesmo, me descreve o amor. — Ela me diz se sentando de novo ao meu lado no chão. *** Ele pensa. Demora demais para responder. Os segundos viram minutos na minha cabeça. Continuo encarando os olhos verdes dele e admirando seu tronco nu entre as luzes e sombras dançando. Penso em como ele fica lindo com essa calça jeans. —Não sei se dá pra descrever o amor. Mas o que eu sinto é a vontade de ficar perto de você a cada segundo. Sinto calafrios em te imaginar longe, meu coração quase para quando eu imagino que posso te perder. Eu consigo me ver daqui vários anos com você. Me vejo casando com você, tendo filhos com você, envelhecendo com você até o fim dos meus dias e eu nunca consegui visualizar isso com outra pessoa. — Ele responde antes de sorver um belo gole do vinho. Bebo um pouco de vinho e fico pasma. Talvez o filho-da-puta realmente me ame. —Eu te odeio. — Eu digo quase chorando. Ele franze o cenho sem entender nada. — Cara, só você é assim. Quando eu acho que não temos mais salvação você arruma um jeito de fazer tudo ficar bem. E tudo acontece de um jeito tão inocente que me derrete quando eu deveria ficar mais do que puta com você. —Esse é tipo de coisa que te deixa molhadinha? — Ele pergunta sorrindo. Eu sorrio junto mordendo o lábio. —Promete que nunca vai me deixar? *** —Prometo. — Eu respondo de prontidão. Nunca fiz uma promessa tão honesta antes. Os olhos dela se enchem de lágrimas e ela se joga em mim, me abraçando com força. *** Ele me abraça de volta e eu sei que tudo, tudo vai ficar bem. Nós nos beijamos. Fucciolo R.

Pequeno conto que quase todo homem já viveu.

Menino conhece menina. Menino se apaixona pela menina. Menina quebra o coração do menino. O coração do menino fica duro como pedra. Menino vira um babaca com as meninas e sai por aí quebrando corações. Menino amadurece. Menino muda e seu coração não é mais pedra. Menino conhece menina. Menina quebra o coração do menino. O ciclo recomeça. Fucciolo R.

Não cabe em 140 caracteres #2

Aconteceu comigo esses dias… —Você sabe que eu sempre fui apaixonado por você, né? — Eu disse. —Rapha, você nunca foi apaixonado por mim, você nunca foi apaixonado por ninguém. Você sempre foi apaixonado pela idéia de estar apaixonado. E acho que ela tinha razão. As minhas ex-namoradas que me desculpem, mas acho que eu nunca amei de verdade nenhuma delas. A forma como eu lido com o término, a velocidade com que eu esqueço tudo por mais intenso que tenha sido… Talvez seja por isso que eu escrevo sobre amor mais do que eu digo “eu te amo”, a idéia é mais interessante do que a prática pra mim. Acho que às vezes a gente fica tão obcecado procurando aquela forma de amor do romantismo, idealizada que aceita o que vier pela frente e distorce tudo na cabeça, fazendo o lixo parecer perfeito e apaixonante. Talvez o amor do romantismo nem exista, talvez todos estejam presos dentro de uma idéia, tão presos que a idéia passa a ser a realidade. Está na hora de trocarmos os “eu te amo” sem significados para “eu amo a idéia de te amar” que contém muito mais verdade. Fucciolo R.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

ENCONTROS

mais uma retirada das entranhas do www.opio.com.br "Perfeita!" pensou consigo mesmo. Ela sequer cruzara o olhar com ele, mas aquela sensação era indescritível. O coração balançara, suas veias saltitavam em euforia. Aquela mulher era perfeita, sim. Cumprimentaram-se formalmente. Algumas horas de conversa e já estavam tão íntimos e felizes que ele imaginou naquela mulher a razão de sua existência. Existência parecia exagero, mas que ela era a razão acerca de sua emoção, ah, isso era! Encontraram-se no dia seguinte. Em frente à uma igreja? Não acredito! "Casa comigo?" Ela o abraçou. Escondeu o rosto entre os braços daquele homem. Chorou ela. Mulher chorando é perfeito. Chorou ele. Ora, homem chora! Choveu. Choveu porque choraram, aposto.

NOVELETA

Acho que já postei isso aqui, mas que se dane! é mais um do www.opio.com.br Rapaz de 22 anos. Banho demorado, barba feita duas vezes. Desodorante leve, perfume importado, leves notas doces. Colocou seu habitual terno azul-marinho, gravata vermelha escura, camisa engoada, sobretudo por cima de tudo. Estava muito frio. Parou diante do espelho. Seu rosto estava muito triste, tentou esboçar um sorriso fajuto, ficou forçado demais. Entrou no carro e saiu. Mulher de 26 anos. Banho demorado. Mulher sempre toma banho demorado quando lava o cabelo. Xampú perfumado, imersão em sais de banho na banheira por quinze minutos. Secador de cabelo, maquiagem sóbria, perfume carregado e vestido preto, simples, básico. Decotes insinuantes para finalizar. A trama Ele chega com antecedência à casa dela. Sobe, tem a chave. Cumprimentam-se friamente. Ela ainda está jogando coisas dentro de sua bolsa. Procurando o celular perdido em algum canto. Ele percebe que aquele jantar vai ser longo e dolorido. No carro, silêncio. Chegam ao restaurante, sentam-se e começam a conversar. Ela começa a falar de uma maneira surpreendente. Coloca suas tristezas, explana toda a sua amargura, fala de seus desatinos, desilusões e frustrações. Ele tenta rebater, defende-se como pode, mas não adianta: é tudo verdade. Ela não deu a atenção especial que ele queria. Ele era inocente demais para saber o momento certo de dizer palavras confortantes. Não sabia a diferença da tara dela e da tpm. Os dois não se bicavam. Tentaram, tentaram e tentaram. — Nosso relacionamento acabou... — Ela balbucia, quase chorando. Ele pede mais tempo para pensar. Ela não quer extender mais essa amargura de uma frustração no relacionamento. Ela levanta, com o guardanapo de linho branco, macio, entre as mãos. Enxuga uma lágrima e vai embora. Ele chama o garçon cancela o pedido. Entrega uma gorjeta, pega o carro e sai, sem rumo. No rádio, banda pop nacional, música lenta, embalo suave. A letra desfere-lhe golpes em seu estado de tristeza que é inevitável o choro, seguido de um soluço leve e triste. Passeia a noite, devagar, não pensa em nada. A cena dela levantando-se foi forte e não sai de sua cabeça. Sua mente intercala momentos de euforia, tristeza, revolta por sua incapacidade, medo por sua confusão. Pára no sinal vermelho. O desfecho trágico Ele avista uma prostituta. Bonita e elegante. Perde-se na selva da sua existência e a convida para entrar. Ela está com um perfume forte. seu olhar é firme e intimidador. Seguem para um motel. Ele já não sabe mais nada, apenas escuta a música melncólica. Entram em uma suíte grande e confortável. ela senta na cama, como quem quer testar a maciez. Ele senta ao seu lado. Encosta-se levemente na mulher. Acondiciona a cabeça no colo dela. Chora baixinho. Confunde, novamente o papel de macho. Troca o papel da mulher ao seu lado. Ela entende o que ele quer. Passa a mão suavemente em sua cabeça. A conclusão Levou quase uma década para entender as mulheres. Conheceu muitas diferentes, brigou com outras tantas. E chegou à conclusão óbvia da relação: descobriu que as mulheres são muito mais inteligentes, sagazes, dominadoras e manipuladoras do que se imaginava. E descobriu que uma mulher consegue dobrar um homem em questão de minutos. Ele queria pedir desculpas pela inexperiência e falta de sensibilidade em perceber sentimentos femininos. Mas sua experiência agora era o que o freiava.

AO OBSERVAR UMA MULHER

Ao observar uma mulher é necessário muito mais do que a simples subjetividade de um mero olhar quando deparar com uma diva. O olhar às vezes escapa aos sentimentos mais profundos. Não simplesmente a olhe, deleite-se com os sentimentos mais profundos. As mulheres fogem ao que se diz objeto. Observe-as sem as vê-las, pois desta forma sentirá uma coisa que o atraiçoa por dentro, um leve torpor, um frio na barriga. Mulheres adoram observadores distintos. Observe captando o que aquela mulher tem. Você pode desejar, isto é normal e biologicamente explicável. Desejar várias mulheres, é comum, mas para saber de verdade o que é uma mulher, escolha uma forma que o agrade particularmente. Ninguém é igual a ninguém. Pouquíssimas mulheres conseguem abrir a guarda de um homem. Já dizia Milan Kundera “O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito à uma só mulher)”. Ao observar uma mulher, venere. Mulheres são mais quentes quando observadas (ou veneradas). Mais uma do antigo www.opio.com.br

PROCURANDO ALGUÉM

Pois é, numa busca sem rumo, muitas vezes sem saber ao certo que detalhe é esse que tanto procuramos, mas que temos a certeza, um único detalhe, por mais singelo e pequenino que seja, faz toda a diferença. Às vezes é difícil encontrarmos alguém que preencha todos os requisitos que o nosso coração, muitas vezes tão exigente, procura em um parceiro ideal. Estamos em constante busca pelo "par perfeito" quando na verdade deveríamos buscar apenas alguém especial. Em algum lugar você espera por mim, ainda não me conhece, no seu inconsciente você já me ama, assim como te amo, os intrincados caminhos do destino não nos favoreceram, ainda, mas agora uma porta se abre e eu espero ansiosa que você entre por ela, se assim não for, nossas vidas serão sempre pequenas, vazias, incompletas e viveremos os dias na eterna indiferença. Bonito, né? Mas não fui eu quem escreveu isso aí. O texto acima foi compilado, frase a frase, de uma infindável série de anúncios virtuais de relacionamentos, onde mulheres estão procurando homens em sites de classificados pessoais. E sabe qual é o perfil do troglodita que 99% destas mulheres procuram? Não? Vou te ajudar. A listinha abaixo também foi compilada desses anúncios. Apenas risquei da brincadeira tudo que se repetia. E olha que foram mais de cem reclames! veja aí o que você, ogro ranhento e peludo, precisa para ser um Casanova: Uma pessoa que tenha caráter, homem que respeita a mulher e principalmente, um homem atencioso, inteligente, sensível e fiel. Uma pessoa em que se pode confiar em todos os sentidos. Que tenha honestidade, sensibilidade, bom humor (essencial), paciência e romantismo. Bonito, com um corpo todo em cima, mas isso não é o principal, pois nem sempre a embalagem mostra bem o produto! Um homem que complete sua amada, uma pessoa que realmente saiba amar e ser amado. Ativo, franco, verdadeiro, especial, sincero, carinhoso e que não esteja querendo apenas uma aventura ou sexo. Alegre, simpático, que goste de cinema, teatro, jantar à luz de velas. Sim, que queira um amor sincero, alegre, com fidelidade e amizade. Que goste de passear, ir ao cinema, se divertir com amigos, vídeo em casa com pipoca e guaraná, que goste de viajar, que ame a natureza, goste de coisas simples, que proporcionem prazer e conforto. Seja vaidoso, bem cheiroso, e de dentes lindos. Sirva para amizades, namorar, passear, e que saiba o que deseja da vida, que goste de viver intensamente. Alguém para andar de mãos dadas no parque, dividir o chocolate, abraçar, beijar, amar, goste de sair para dançar, mas também que saiba aproveitar os momentos a dois. Seja intelectualmente estimulante, fisicamente interessante, desencanado, deixa que seu próprio corpo produza todas as drogas de que necessita (ou pelo menos tenta!), anda lendo outras coisas além de legenda de filme americano, vê filme em preto e branco, vai ao teatro e não é para ver ator (nem atriz!) global. Acha que a manhã foi feita pra dormir, tem coragem de terminar um relacionamento ao invés de sumir, que procura o verdadeiro amor, que não seja fumante , que goste de esportes, viajem e principalmente que goste de muito carinho. Não goste de futebol, cerveja e amigos, um homem que realmente saiba dar valor a uma mulher, que esteja disposto a amar de verdade, sem mentiras, que seja sincero e fiel, decidida e com objetivos definidos, curta desde uma boa "balada", até as coisas tranqüilas e ótimas para se fazer a dois. Basicamente é isso. Parece meio complicado à primeira vista, mas com alguns anos qualquer homem acaba domesticado assim. Agora os três quesitos mais essenciais, importantes e que constam em todos os reclames pesquisados são: Inteligência, sinceridade e romantismo. Parece viadagem, mas é a realidade virtual. Ralph, retirado do antigo www.opio.com.br

O RELACIONAMENTO

A paixão se segue. O amor, toma conta de tudo. Enxota o que antes escaldava a vivência, solidificando a razão e equiparando sua emoção. E depois? Depois as afinidades se encontram, a realidade aflora instintivamente, destruindo a beleza da perfeição. E é aqui justamente que entra a arte de se pôr fim à um relacionamento. Não que isso possa ser considerado arte, dado a dor e solidão que a singularidade possa provocar. Mas há um tempo certo para acabar, assim como existe o tempo exato de se começar. E errar o momento certo de se terminar é muito ruim. Pior, muito pior do que errar o tempo para se encontrar e amar. Adiar um relacionamento é relembrar de ruínas desgastadas e fatigadas pelo tempo. Não fica, infelizmente, a construção harmoniosa que se criara. Apenas rescaldos. E o medo faz adiar, muitas vezes o que se vai tornando lufadas de esperanças esgarçadas. Há ocasiões em que o impulso do rompimento é imanemente contido por uma estranha (ou seria segura?) inércia que não nos mostra a razão de se adiar. E o fim torna-se explícito, mas mascara-se de maneira indolente. Sentimentos confortáveis e bons cedem seus comprometimentos com o rigor de gestos degenerativos e por muitas vezes enfastiantes. E o egoísmo mescla-se com a incapacidade da visão conjunta. E os fatos gritam. E gritam. Existe sim, o momento certo para um fim de relacionamento. E, como se é de esperar, na maior parte das vezes este tempo passou há tempos. Podem ser horas, dias, meses, até anos. Mas passou. O amor desvencilha-se, a lânguida sensação de rompimento instaura-se. Para sempre. E não tem palavras, gestos, carinhos. E mesmo assim se segue em frente. Errar o tempo é comum. E o último momento de se escapar da derrota lamuriosa é no momento certo. Depois o desbarato nos faz carregar os restos de um relacionamento que não soube acabar. Ralph, retirado do antigo www.opio.com.br

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Idéias aleatórias

Não sei porque cargas d'agua nao me sai da cabeça, mas tambem nao consigo organizar as ideias para entender a razão/sentido, só me aparece de vez em sempre, quando estou quase pegando no sono, a estória de um gurim pequeno, branquelo e sujo de poeira, brincando e correndo sobre arvores, uma menina de cabelos longos e escuros, troca de olhares, descobertas de sentimentos, ou pela simples curiosidade, não faço a minima ideia do que é, mas quando descobrir juro que postarei aqui! Acho que é a preguiça de aproveitar o momento e pegar o note pra escrever, que está me faltando, mas uma hora eu animo, bote fé!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Janela das lembranças

Foi estranho vê-la hoje, Débora. Adorei seu cabelo. Você fica mais bonita assim, com ele curto. Seu cabelo parecia mais claro também. Talvez ele tenha tido sempre essa cor e eu nunca tenha percebido em virtude de estar sempre olhando para qualquer outra parte de seu corpo pequeno. Ou talvez por nunca ter precisado percebê-lo. Mas dos seus olhos eu lembro. Lembro de um dia, nós dois no meu quarto. Era noite e só havia a luz do poste lá fora nos iluminando. Eu lembro sim. Seus olhos tinham um brilho doce e um movimento ora frenético, acompanhando sua respiração; ora calmo, parecendo que você ia, enfim, se render. Mas naquele dia, Débora, você não se rendeu. Hoje não deu pra ver seus olhos. Castanhos claros, eu lembro. Você ficou distante. Confesso que demorei a reconhecê-la, mas deve ter sido porque eu acabara de acordar, e meus olhos demoram muito a se acostumar com a luz, principalmente porque dormi muito mal ontem à noite. Se você não tivesse falado comigo eu seria capaz de adormecer naquela fila, encostado à parede, mas senti o toque da sua mão no meu braço e, quando virei, vi o brilho do sol das dez horas refletindo na sua pele tão branca. Realmente demorei a reconhecê-la. Você deve ter percebido minha cara de quem tenta se lembrar de um rosto entre tantos numa memória cansada. Mas você sorriu, Débora, e aqueles seus dentes, tão iguaizinhos e brancos, tão apaixonantes… Mentira, eu nunca me apaixonei por você. Mas você sorriu hoje de manhã e aí liguei sua imagem às lembranças fragmentadas que me vieram à mente naqueles poucos segundos constrangedores, representados pelo meu rosto ainda inchado da noite mal dormida. Não lembro se estendi minha mão ou se só pensei em fazer isso, mas lembro do embaraço que senti quando vi sua mãe atrás de você no momento em que eu ia perguntar pela sua filha. Eu não sabia se era para eu saber disso. Não sabia se eu poderia participar assim da sua vida. O que eu sabia era que você estava com aquela beleza que só as recém-mães são capazes de ter. Uma beleza sóbria, meio cansada e que me fazia sentir saudades de um sentimento que eu nunca alimentara por você, Débora. Não se pode dizer… não posso dizer que senti algo por você, pela pessoa, pelo ser humano Débora, pois tudo que eu sentia era pelo corpo e imaginava o prazer que ele me proporcionava e me proporcionaria ainda. Mesmo assim senti saudade. Eu devo ter perguntado algo como “Então, e a vida?”, e você deve ter respondido “Indo, vai indo”, e depois deve ter sorrido. Deve ter exibido os mesmo dentes que você exibia quando estava subindo as escadas do colégio e percebia que eu estava lá em cima observando você subir, tomando cuidado pra que os mais apressados não derramassem seu suco de maracujá. E você parecia tão linda daquele ângulo. Hoje eu percebo, mas naquela época meu intuito, única e exclusivamente era de perceber como seus seios pareciam bem maiores quando eu os olhava de cima. E olhando para eles, hoje de manhã… É, eu não pude deixar de desviar meu olhar, reparei que estavam soberbamente inflados, mas trocarei o adjetivo: estavam soberbamente maternos. Você é mãe agora. Porém, mesmo assim, cretinamente, pensei: “É uma mãe que eu comeria”. Eu já estava suficientemente acordado para pensar em sexo. Principalmente com você, Débora. — Tem visto o pessoal? É o que se pergunta. Eu perguntaria isso se não estivesse afogado nas lembranças daquelas suas visitas, tantas lembranças… Seu rosto suado e a vermelhidão ao redor dos seus lábios por causa da minha barba por fazer é uma imagem que nunca vai se apagar da minha memória. Sua calcinha da Magali, branca, com os elásticos azuis, enxugava o suor das minhas coxas naquele vai-e-vem inútil pela natureza do seu corpo feminino, e eu mergulhava meu rosto entre seus seios para depois levar minha língua à sua boca e recomeçarmos aquela série de respirações, olhares e gemidos que pediam algo que não podíamos realizar, não naquelas duas tardes de um agosto distante. — Não. Às vezes vejo o Elias, mas muito raramente, foi o que respondi, embora fosse mentira. Olhei para seus pés. Estavam calçados numa sandália que só uma mãe calçaria. — Ah! Eu também me desliguei das meninas, do pessoal da igreja. Meu bebê tá tomando todo meu tempo. Quem eu vejo muito é a Lívia. Lembra dela? — Lembro. Olhei para sua mãe novamente, dei um sorrisinho como quem diz “Ela já vai, viu” e voltei a olhar para você. Não soube mais o que dizer, tornei a olhar para sua mãe e da minha mente emergiu aquele dia em que eu toquei a campainha da sua casa e ela veio me atender dizendo que você já vinha. Aí você surgiu com o Mingau, o gato, nos braços. Fiquei excitado só de lembrar da sua calcinha da Magali. Você vestia uma blusa e um short jeans. Dava para perceber seus mamilos marcando a blusa. Atentei para o detalhe e você disse que era porque não havia encontrado um sutiã na bagunça do seu quarto. Fiquei mais excitado ainda, e quando tentei beijá-la, você se esquivou dizendo que estava namorando alguém. Não quis acreditar e tentei beijá-la novamente, mas foi em vão. Eu não podia deixar você ir assim. Perguntei como era possível. Eu ainda podia ouviu você me dizendo, dias antes, que não tinha ido à aula porque naquela manhã finalmente eu ia poder tirar sua calcinha. Ainda podia lembrar dos seus dentes mordendo o lábio inferior, fechando os olhos pra aproveitar melhor o prazer daquelas respirações. Podia lembrar do seu All Star ferindo minhas costas no ritmo intenso do calor daquela última manhã de agosto. Lembrava também das suas costas brancas, suadas, marcadas de vermelho pela força dos meus dedos ansiosos, dos seus gemidos preocupados com o iminente orgasmo, das suas roupas espalhadas pelo chão do meu quarto. E agora você estava namorando outro cara. Débora, eu sofri. Mas não era aquele sofrimento de amor, de achar que não ia poder mais passear e mãos dadas sobre a grama. Era uma angústia, um desespero de saber que não podia mais me derramar em você, que não podia mais só ter você quando precisasse de sexo, porque, Débora, nem seu amigo eu queria ser, eu só queria você porque eu sabia que algo borbulhava no seu corpo e pedia pelo meu. Foi por isso que eu protestei tão veementemente contra o seu namoro. — Bom, eu já vou indo. Minhas pernas estão tão cansadas. É o resguardo. Por que você disse essa última frase? A Lívia me contou que você tinha engravidado do novo namorado. No momento bateu um ciúme, não porque eu queria ter um filho com você, mas porque eu fiquei imaginando quantas vezes vocês transaram até conceber, quantas vezes vocês transariam depois de concebê-lo e quantas posições novas vocês inventariam por causa do seu ventre crescido. Foi disso que eu senti ciúme, Débora. Olhei para trás e você já ia longe, com sua mãe ao lado. Fiquei irritado. Porque, se você tivesse ficado comigo, ou pelo menos tivesse continuado a ir lá em casa de vez em quando, você não estaria agora com um filho para criar, porque eu teria tomado o cuidado necessário. Eu sei que teria. Virei o rosto e deixei você ir embora, sem meu olhar abusado a acompanhá-la. Encostei-me novamente à parede e fiquei torcendo para não pensar mais em você e na sua pele branquinha salpicada aqui e acolá de sinaizinhos nos quais tantas vezes eu fixei meu olhar enquanto conversávamos, nus, naquele quarto quente e escuro, porque você pedia que eu fechasse as janelas. Filipe Teixeira - Papodehomem.com.br

quarta-feira, 11 de julho de 2012

amor, o simples amor...

Não creio que seja uma tarefa tao árdua conquistar 4 mulheres num mês... pra falar a verdade, mulheres, independente de raça cor, ou classe social, caso voce queira apenas um momento, gastar um pouco de voce... e obviamente ela o mesmo, nao dificulta tanto assim, é dificil, mas é fácil... tenha dinheiro, leia bastante para ter assunto para conversar, converse, entenda, seja interessante, pior coisa que tem, assim suponho que seja os guri que passam "aowww lá em casa!!", cara, nunca peguei ninguem com uma expressao dessa, entao suponho que nao funcione com ninguem!!! obviamente dps dumas 24 ampoulas de skol já gastei alguma dessas com algumas pessoas, mas enfim, isso nao importa momentaneamente, dificil é se apaixonar, gostar, querer, gostar, gastar, é impossível fazer isso pensando apenas na vontade, no sex appeal( sei lá como se escreve essa merda), ou somente por a pessoa ser bacana/inteligente/boa de papo, onde tem razao, o amor nao impera, onde tudo é possível, tambem não se há amor, já pensei por diversas vezes, diversas formas de tentar entender o amor, o sentimento, a vontade, isso depende do momento, da pessoa, do quanto estao associados a razao e o sentimento, que justamente é o que completam por si o AMOR, por sí propriamente dito, se alguem é bacana( entenda-se gostosa, linda, gata ou coisas do tipo), mas nao tem conteúdo( nao curte o mesmo que voce,não sabe o que acontece no mundo, não tem um assunto pra conversar, não consegue ter uma conversa por mais de meia hora...) não rola!!!, da mesma forma, caso alguem tenha conteudo, mas nao tenha um interesse corporalmente falando, é sério, não creio que isso aconteça.... precisa-se ser completo, inteiro, fácil, ou nem tanto( para os fracos ), conquistar 4 gurias por mes, mas o fato de ter que conquistar a mesma pessoa, varias vezes por mês, por semana, sério, tem que começar a entender a relação de vontade/querer/felicidade, com o que te faz bem, e sua necessidade de viver, de se sentir bem, não é fácil, não é uma situação simples, voce brigar, falar alto, mandar alguem catar coquinho, e 15 minutos depois ter que reconquistar essa mesma criatura, por mais que te faça bem, ou te stresse, isso é o amor, é a mistura dos dois, é a vida a dois, é o sentido do inicio de qualquer relacionamento, caso nao concorde, me mande pastar ou catar coquinho no asfalto, não estou escrevendo isso pra voce mesmo!!! kkkkkkkkkkkkkk caso tenha erros ortográficos, sinta-se a vontade de enfi-a-los-eles-a-si-propios no nariz!!! =]

sábado, 21 de janeiro de 2012

olhares, ahhh seus olhares

Há gosto pra tudo, que culpa tenho se o meu é por coisas simples ? sorrisos, olhares, palavras, abraços e beijos são mais que suficiente para meu total encantamento.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Trágico, mas interessante...

Ela: Alô?
Ele: Alô, sou eu!
Ela: (Ela fica em silêncio um tempo) ...Você de novo?
Ele: Não desliga! Deixe eu te falar algo!
Ela: ...
Ele: Olha, eu sei que a gente terminou, mas... Eu ainda te amo! Tudo bem se não quiser mais ficar comigo... Mas não precisa parar de falar comigo! Você prometeu que nunca iria sair do meu lado, não importa o que aconteça, não é?
Ela: (Silêncio) ...Você ainda não se tocou garoto? Eu quero te esquecer.
Ele: Eu entendo, mas ainda podemos ser amigos.
Ela: Não, não podemos.
Ele: Por quê?
Ela: ...
Ele: A gente era feliz, não? A gente se divertia muito juntos... Soh de olhar um pro outro, já sorriamos... Poucas palavras já faziam nosso dia valer a pena, não é??
Ela: ...É...
Ele: Então por quê?
Ela: ...
Ele: Responde.
Ela: Por que eu não quero mais te ver. Você me fez chorar muito.
Ele: Eu sei, mas eu também te fiz sorrir muito, não? Eu sei que eu não devia ter duvidado de você...
Ela: Agora é tarde.
Ele: Mas-
Ela: Adeus.
Ele: Espere, eu te-
(Ela desliga o telefone)

ALGUNS DIAS DEPOIS

(O telefone toca)
Ela: Alô?
Ele: Oi, sou eu de novo!
Ela: Aff, o que você quer dessa vez?
Ele: Calma! Só quero te fazer uma pergunta...
Ela: (Silencio) ...Fala.
Ele: Você me amou?
Ela: Amei.
(Os dois ficam em silêncio um tempo)
Ele: Que bom... Quer dizer que não foi tudo mentira... Hey, posso te dizer uma coisa?
Ela: Diga.
Ele: Eu ainda te amo, ok? Sempre vou te amar. Eu te prometo, não importa quanto tempo passe, eu sempre vou te amar.
Ela: (Silencio) ...Aham, sei.
Ele: É verdade!
Ela: ...
Ele: Você tá aí?
(Ela desliga o telefone)

UM MÊS SE PASSOU.
(O telefone toca)
Ela: Alô?
Ele: Sou eu, não desliga!
Ela: Por que não deveria?
Ele: Olha, por favor, vamos terminar esse assunto. Para de me evitar. Nem consigo te ver no colégio mais!
Ela: Eu me mudei de colégio.
Ele: Hã? Por quê?
Ela: Não quero mais te ver.
Ele: .....
Ela: E então? O que você queria me dizer?
Ele: Por quê você age como se quisesse me machucar?
Ela: (Silencio)
Ele: Hein?
Ela: E você não me machucou?? Você jurou que ia confiar em mim!!
Ele: ....
Ela: Você só fez promessas e as quebrou depois!
Ele: ....
Ela: Por que não me esquece, hein?
Ele: Por que o dia em que eu me esquecer de você... Eu terei morrido.
Ela: Então morra.
(Desliga)

MAIS ALGUNS MESES SE PASSARAM. O GAROTO CONTINUOU LIGANDO PRA ELA, MAS ELA PAROU DE ATENDER OS TELEFONEMAS. ATÉ QUE UM DIA, POR ALGUM MOTIVO ELA ATENDEU.

Ela: Alô?
Ele: Sou eu.
Ela: O que quer agora?
Ele: Calma, não desliga. Não vim correr atrás de você.
Ela: Hã?
Ele: Sim, eu esqueci de você.
Ela: (Silêncio)
Ele: Só liguei pra dizer isso.
Ela: Por que você decidiu me esquecer? (com a voz tremula)
Ele: ...Por que você pediu.
Ela: Como assim?
Ele: Eu te amo e sempre vou te amar. Mas vou esquece-la.
Ela: O que? Eu não to entendendo!
Ele: Adeus.
Ela: O que? ESPE-
(Mas ele já havia desligado o telefone)

UM MES SE PASSOU E O GAROTO NUNCA MAIS LIGOU. A GAROTA COMEÇOU A FICAR PREOCUPADA COM ELE. UM DIA ELA DECIDIU IR NA CASA DO GAROTO, PARA VER COMO ELE ESTAVA. UMA SENHORA ATENDEU A PORTA.
Ela: Oi.
Mãe: Olá... (a mãe do garoto demora um pouco, mas reconhece a ex do filho) Há quanto tempo! O que faz aqui?
Ela: Eu vim ver como o seu filho está.
Mãe: (começa a chorar)
Ela: Senhora, o que houve?
Mãe: (chorando) Você não ficou sabendo?
Ela: Do que?
Mãe: Ele... Se matou.
Ela: O que?? (os olhos dela se enchem de lagrimas)
Mãe: (chorando) Creio... Que foi pra você que ele deixou essa carta.

A GAROTA PEGOU A CARTA E FOI PRA CASA. ELA CHEGOU EM CASA, SE
TRANCOU NO QUARTO, SENTOU NA CAMA E COMEÇOU A CHORAR. SOMENTE ALGUMAS HORAS DEPOIS ELA TEVE CORAGEM DE ABRIR A CARTA.

"Eu sei que quebrei uma promessa quando não confiei em você... Mas não quero quebrar mais nenhuma... Agora eu posso dizer... Eu esqueci de você."

A GAROTA ENTENDEU QUE AQUELE ULTIMO TELEFONEMA DO GAROTO FOI UMA DESPEDIDA. ELE HAVIA AVISADO A ELA O QUE ELE FARIA E ELA NÃO HAVIA ENTENDIDO. O GAROTO HAVIA CUMPRIDO A PROMESSA DE QUE AMARIA ELA ATÉ O FINAL E QUE SÓ ESQUECERIA DELA QUANDO MORRESSE. O GAROTO SÓ QUIS PROVAR PRA ELA QUE CUMPRIRIA SUAS PROMESSAS DE UM JEITO OU DE OUTRO.

O QUE O GAROTO NÃO SABIA É QUE TODO DIA A GAROTA ESPERAVA PELOS TELEFONEMAS DELE. E SEMPRE QUE ELA DESLIGAVA, ELA COMEÇAVA A CHORAR. POR MAIS QUE A GAROTA DISSESSE QUE QUERIA ESQUECE-LO, ELA APENAS ESTAVA TENTANDO CONVENCER A SI MESMA DISSO. A GAROTA SEMPRE HAVIA O AMADO. MAS NÃO QUERIA ADMITIR.

NO DIA SEGUINTE, A GAROTA FOI ENCONTRADA ENFORCADA EM SEU QUARTO COM UMA CARTA ONDE ESTAVA ESCRITO:

"Você cumpriu suas promessas, agora eu tenho de cumprir a minha. Eu ficarei ao seu lado, não importa o que aconteça."

OS DOIS CUMPRIRAM SUAS PROMESSAS. MAS OS DOIS SE ARREPENDERAM DE APENAS UMA COISA. SE ARREPENDERAM DE NÃO TEREM CUMPRIDO-AS JUNTOS. EM VIDA.

Ainda da tempo... Seja fiel a(o) sua(seu) parceira(o) e cumpra o prometeu a ela(ele)

REFLITAM

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Voces Mulheres

Nós, homens, não nos importamos se você falar com outro cara. Não nos importamos se vocês são amigas de outros caras. Mas quando vocês estão sentadas com a gente e um cara qualquer aparece e você sai correndo e pula em cima dele, sem nem ao menos nos apresentar, é, é bastante irritante. E não ajuda se você chamar ele pra sentar com a gente e ficar conversando dez minutos com ele sem nem se dar conta do fato de que ainda estamos ali. Não nos importamos se um cara te telefona, ou te manda uma mensagem, mas se isso acontece às 2 da manhã, nós nos incomodamos um pouco sim. Nada de tão importante costuma acontecer às 2 da madrugada que não possa esperar até o amanhecer. Além disso, quando te dissermos que você é bonita/linda/estonteante/maravilhosa, nós estamos falando a verdade. Não diga que estamos errados. Uma hora vamos parar de tentar te convencer. A coisa mais sexy numa garota é confiança. Mas ter confiança não significa ser convencida. Não se irritem quando abrirmos uma porta para você. Aproveitem e abusem do meu humor. Nos deixem pagar as coisas pra vocês! Não se 'sintam mal', nós gostamos de fazer isso. Não é mais que o esperado. Sorriam e digam 'obrigada'. Nos beijem quando não há ninguém olhando. Mas, se vocês nos beijarem quando sabem que alguém está olhando, ficaremos impressionados. Vocês não precisam se arrumar para nós. Pra começar, se formos sair com vocês, vocês não precisam sentir a necessidade de colocar a sua saia mais bonita ou passar todos os tipos de maquiagem que vocês têm. Gostamos de você por quem você é, e não pelo que vocês têm. Sinceramente, eu acho que uma garota fica mais bonita de pijama ou com uma camiseta minha e um shortinho qualquer do que toda embelezada. Não levem tudo o que dissermos a sério. Piadas e brincadeiras são coisas lindas. Tentem enxergar a beleza delas. Não se irritem tão facilmente. Não fiquem falando sobre como o Chris Brown, o Brad Pitt ou o Taylor Lautner são lindos. É tedioso, e nós não nos importamos. Você tem amigas pra isso. E meninas, isso é o mais importante: se um cara não está te tratando bem, não espere que ele mude! Dispensa essa vergonha para a população masculina da Terra, e ache alguém que te trate com respeito. Alguém que honre seu código moral. Alguém que te faça sorrir mesmo no seu pior momento. Alguém goste de você mesmo quando você erra. Alguém que pare o que está fazendo só pra te olhar nos olhos e sorrir. Dêem uma chance pros caras legais.