segunda-feira, 12 de novembro de 2012

ENCONTROS

mais uma retirada das entranhas do www.opio.com.br "Perfeita!" pensou consigo mesmo. Ela sequer cruzara o olhar com ele, mas aquela sensação era indescritível. O coração balançara, suas veias saltitavam em euforia. Aquela mulher era perfeita, sim. Cumprimentaram-se formalmente. Algumas horas de conversa e já estavam tão íntimos e felizes que ele imaginou naquela mulher a razão de sua existência. Existência parecia exagero, mas que ela era a razão acerca de sua emoção, ah, isso era! Encontraram-se no dia seguinte. Em frente à uma igreja? Não acredito! "Casa comigo?" Ela o abraçou. Escondeu o rosto entre os braços daquele homem. Chorou ela. Mulher chorando é perfeito. Chorou ele. Ora, homem chora! Choveu. Choveu porque choraram, aposto.

NOVELETA

Acho que já postei isso aqui, mas que se dane! é mais um do www.opio.com.br Rapaz de 22 anos. Banho demorado, barba feita duas vezes. Desodorante leve, perfume importado, leves notas doces. Colocou seu habitual terno azul-marinho, gravata vermelha escura, camisa engoada, sobretudo por cima de tudo. Estava muito frio. Parou diante do espelho. Seu rosto estava muito triste, tentou esboçar um sorriso fajuto, ficou forçado demais. Entrou no carro e saiu. Mulher de 26 anos. Banho demorado. Mulher sempre toma banho demorado quando lava o cabelo. Xampú perfumado, imersão em sais de banho na banheira por quinze minutos. Secador de cabelo, maquiagem sóbria, perfume carregado e vestido preto, simples, básico. Decotes insinuantes para finalizar. A trama Ele chega com antecedência à casa dela. Sobe, tem a chave. Cumprimentam-se friamente. Ela ainda está jogando coisas dentro de sua bolsa. Procurando o celular perdido em algum canto. Ele percebe que aquele jantar vai ser longo e dolorido. No carro, silêncio. Chegam ao restaurante, sentam-se e começam a conversar. Ela começa a falar de uma maneira surpreendente. Coloca suas tristezas, explana toda a sua amargura, fala de seus desatinos, desilusões e frustrações. Ele tenta rebater, defende-se como pode, mas não adianta: é tudo verdade. Ela não deu a atenção especial que ele queria. Ele era inocente demais para saber o momento certo de dizer palavras confortantes. Não sabia a diferença da tara dela e da tpm. Os dois não se bicavam. Tentaram, tentaram e tentaram. — Nosso relacionamento acabou... — Ela balbucia, quase chorando. Ele pede mais tempo para pensar. Ela não quer extender mais essa amargura de uma frustração no relacionamento. Ela levanta, com o guardanapo de linho branco, macio, entre as mãos. Enxuga uma lágrima e vai embora. Ele chama o garçon cancela o pedido. Entrega uma gorjeta, pega o carro e sai, sem rumo. No rádio, banda pop nacional, música lenta, embalo suave. A letra desfere-lhe golpes em seu estado de tristeza que é inevitável o choro, seguido de um soluço leve e triste. Passeia a noite, devagar, não pensa em nada. A cena dela levantando-se foi forte e não sai de sua cabeça. Sua mente intercala momentos de euforia, tristeza, revolta por sua incapacidade, medo por sua confusão. Pára no sinal vermelho. O desfecho trágico Ele avista uma prostituta. Bonita e elegante. Perde-se na selva da sua existência e a convida para entrar. Ela está com um perfume forte. seu olhar é firme e intimidador. Seguem para um motel. Ele já não sabe mais nada, apenas escuta a música melncólica. Entram em uma suíte grande e confortável. ela senta na cama, como quem quer testar a maciez. Ele senta ao seu lado. Encosta-se levemente na mulher. Acondiciona a cabeça no colo dela. Chora baixinho. Confunde, novamente o papel de macho. Troca o papel da mulher ao seu lado. Ela entende o que ele quer. Passa a mão suavemente em sua cabeça. A conclusão Levou quase uma década para entender as mulheres. Conheceu muitas diferentes, brigou com outras tantas. E chegou à conclusão óbvia da relação: descobriu que as mulheres são muito mais inteligentes, sagazes, dominadoras e manipuladoras do que se imaginava. E descobriu que uma mulher consegue dobrar um homem em questão de minutos. Ele queria pedir desculpas pela inexperiência e falta de sensibilidade em perceber sentimentos femininos. Mas sua experiência agora era o que o freiava.

AO OBSERVAR UMA MULHER

Ao observar uma mulher é necessário muito mais do que a simples subjetividade de um mero olhar quando deparar com uma diva. O olhar às vezes escapa aos sentimentos mais profundos. Não simplesmente a olhe, deleite-se com os sentimentos mais profundos. As mulheres fogem ao que se diz objeto. Observe-as sem as vê-las, pois desta forma sentirá uma coisa que o atraiçoa por dentro, um leve torpor, um frio na barriga. Mulheres adoram observadores distintos. Observe captando o que aquela mulher tem. Você pode desejar, isto é normal e biologicamente explicável. Desejar várias mulheres, é comum, mas para saber de verdade o que é uma mulher, escolha uma forma que o agrade particularmente. Ninguém é igual a ninguém. Pouquíssimas mulheres conseguem abrir a guarda de um homem. Já dizia Milan Kundera “O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito à uma só mulher)”. Ao observar uma mulher, venere. Mulheres são mais quentes quando observadas (ou veneradas). Mais uma do antigo www.opio.com.br

PROCURANDO ALGUÉM

Pois é, numa busca sem rumo, muitas vezes sem saber ao certo que detalhe é esse que tanto procuramos, mas que temos a certeza, um único detalhe, por mais singelo e pequenino que seja, faz toda a diferença. Às vezes é difícil encontrarmos alguém que preencha todos os requisitos que o nosso coração, muitas vezes tão exigente, procura em um parceiro ideal. Estamos em constante busca pelo "par perfeito" quando na verdade deveríamos buscar apenas alguém especial. Em algum lugar você espera por mim, ainda não me conhece, no seu inconsciente você já me ama, assim como te amo, os intrincados caminhos do destino não nos favoreceram, ainda, mas agora uma porta se abre e eu espero ansiosa que você entre por ela, se assim não for, nossas vidas serão sempre pequenas, vazias, incompletas e viveremos os dias na eterna indiferença. Bonito, né? Mas não fui eu quem escreveu isso aí. O texto acima foi compilado, frase a frase, de uma infindável série de anúncios virtuais de relacionamentos, onde mulheres estão procurando homens em sites de classificados pessoais. E sabe qual é o perfil do troglodita que 99% destas mulheres procuram? Não? Vou te ajudar. A listinha abaixo também foi compilada desses anúncios. Apenas risquei da brincadeira tudo que se repetia. E olha que foram mais de cem reclames! veja aí o que você, ogro ranhento e peludo, precisa para ser um Casanova: Uma pessoa que tenha caráter, homem que respeita a mulher e principalmente, um homem atencioso, inteligente, sensível e fiel. Uma pessoa em que se pode confiar em todos os sentidos. Que tenha honestidade, sensibilidade, bom humor (essencial), paciência e romantismo. Bonito, com um corpo todo em cima, mas isso não é o principal, pois nem sempre a embalagem mostra bem o produto! Um homem que complete sua amada, uma pessoa que realmente saiba amar e ser amado. Ativo, franco, verdadeiro, especial, sincero, carinhoso e que não esteja querendo apenas uma aventura ou sexo. Alegre, simpático, que goste de cinema, teatro, jantar à luz de velas. Sim, que queira um amor sincero, alegre, com fidelidade e amizade. Que goste de passear, ir ao cinema, se divertir com amigos, vídeo em casa com pipoca e guaraná, que goste de viajar, que ame a natureza, goste de coisas simples, que proporcionem prazer e conforto. Seja vaidoso, bem cheiroso, e de dentes lindos. Sirva para amizades, namorar, passear, e que saiba o que deseja da vida, que goste de viver intensamente. Alguém para andar de mãos dadas no parque, dividir o chocolate, abraçar, beijar, amar, goste de sair para dançar, mas também que saiba aproveitar os momentos a dois. Seja intelectualmente estimulante, fisicamente interessante, desencanado, deixa que seu próprio corpo produza todas as drogas de que necessita (ou pelo menos tenta!), anda lendo outras coisas além de legenda de filme americano, vê filme em preto e branco, vai ao teatro e não é para ver ator (nem atriz!) global. Acha que a manhã foi feita pra dormir, tem coragem de terminar um relacionamento ao invés de sumir, que procura o verdadeiro amor, que não seja fumante , que goste de esportes, viajem e principalmente que goste de muito carinho. Não goste de futebol, cerveja e amigos, um homem que realmente saiba dar valor a uma mulher, que esteja disposto a amar de verdade, sem mentiras, que seja sincero e fiel, decidida e com objetivos definidos, curta desde uma boa "balada", até as coisas tranqüilas e ótimas para se fazer a dois. Basicamente é isso. Parece meio complicado à primeira vista, mas com alguns anos qualquer homem acaba domesticado assim. Agora os três quesitos mais essenciais, importantes e que constam em todos os reclames pesquisados são: Inteligência, sinceridade e romantismo. Parece viadagem, mas é a realidade virtual. Ralph, retirado do antigo www.opio.com.br

O RELACIONAMENTO

A paixão se segue. O amor, toma conta de tudo. Enxota o que antes escaldava a vivência, solidificando a razão e equiparando sua emoção. E depois? Depois as afinidades se encontram, a realidade aflora instintivamente, destruindo a beleza da perfeição. E é aqui justamente que entra a arte de se pôr fim à um relacionamento. Não que isso possa ser considerado arte, dado a dor e solidão que a singularidade possa provocar. Mas há um tempo certo para acabar, assim como existe o tempo exato de se começar. E errar o momento certo de se terminar é muito ruim. Pior, muito pior do que errar o tempo para se encontrar e amar. Adiar um relacionamento é relembrar de ruínas desgastadas e fatigadas pelo tempo. Não fica, infelizmente, a construção harmoniosa que se criara. Apenas rescaldos. E o medo faz adiar, muitas vezes o que se vai tornando lufadas de esperanças esgarçadas. Há ocasiões em que o impulso do rompimento é imanemente contido por uma estranha (ou seria segura?) inércia que não nos mostra a razão de se adiar. E o fim torna-se explícito, mas mascara-se de maneira indolente. Sentimentos confortáveis e bons cedem seus comprometimentos com o rigor de gestos degenerativos e por muitas vezes enfastiantes. E o egoísmo mescla-se com a incapacidade da visão conjunta. E os fatos gritam. E gritam. Existe sim, o momento certo para um fim de relacionamento. E, como se é de esperar, na maior parte das vezes este tempo passou há tempos. Podem ser horas, dias, meses, até anos. Mas passou. O amor desvencilha-se, a lânguida sensação de rompimento instaura-se. Para sempre. E não tem palavras, gestos, carinhos. E mesmo assim se segue em frente. Errar o tempo é comum. E o último momento de se escapar da derrota lamuriosa é no momento certo. Depois o desbarato nos faz carregar os restos de um relacionamento que não soube acabar. Ralph, retirado do antigo www.opio.com.br