sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Teoria do cachorro e do osso

“Melhor eu ir embora.” Eu disse depois de alguns minutos de silêncio. “Ok.” Ela responde sem cerimônia. “Só isso? Só ‘ok’?” “O que mais você quer de mim?” Eu levando da cama e começo a me vestir. O que eu quero dela? Quero a garota do começo do namoro de volta. Aquela que não parava de sorrir quando olhava nos meus olhos. Aquela que dava risada de qualquer bobagem que eu dizia. Aquela me seduzia quase que o tempo todo e não largava de mim. Agora quando ela me chama de amor, parece mais que ela esqueceu meu nome do que um apelido carinhoso. Agora ela se esquiva de todas as investidas sexuais como se eu a deixasse nauseada. Agora os beijos são secos e automáticos, como se fossem dados por obrigação. “Eu que te pergunto. O que você quer de mim? Você não deu um sorriso a noite toda, me deu um beijo seco quando cheguei, evitou me abraçar e recusa o sexo matinal que nunca tinha faltado antes.” Ela fica em silêncio de novo. “É isso? Você vai me deixar?” Ela diz finalmente. “Não, eu vou te dar espaço pra pensar no que você quer de mim.” Eu respondo já na porta. “Me liga quando souber.” Bato a porta atrás de mim e acendo um cigarro enquanto desço a rua. Quatro anos depois e ainda espero aquela ligação. Fucciolo R.

Nenhum comentário:

Postar um comentário